segunda-feira, 12 de julho de 2010

Nice 1-1 Sporting


Remendada posicionalmente por corpos estranhos à matriz táctica (4x3x3, em que Nuno Coelho foi médio-defensivo e Vukcevic extremo... direito!) lançada por Paulo Sérgio, a equipa leonina raras vezes fugiu de um futebol deprimente, previsível e confrangedor, ao qual só a facilidade de processos e a irreverência de Diogo Salomão conseguiu escapar, com alguma distinção, diga-se. Antes da entrada em cena do extremo ainda houve Vuk, depois... Evaldo e João Pereira - quem mais poderia ser? - alimentaram o que ia redundando em desperdício.

Sem médios-defensivos para segurar o esquema alternativo, Paulo Sérgio empurrou Nuno Coelho para a cabeça da área, deu a organização aos miúdos André Santos e André Martins, deixando a pressão para um trio de vontade, mas de pouco pulmão. Vukcevic, na direita, só teve bola, lançou perigo, mexeu-se e brigou de engodo pelas redes contrárias. Owusu e Pongolle iam assistindo. Torsiglieri - batido de forma primária no lance que deu penálti convertido por Remy - e Grimi, inoperantes nas acções de bloqueio, também, vítimas das principais dificuldades que a equipa apresenta defensivamente: facilmente se expõe a situações de inferioridade numérica nas laterais e desequilibra-se posicionalmente, quando, em posse, o adversário procura a variação de flanco.

Os olhos irritados de Paulo Sérgio só viram Salomão como factor de mudança. Saltou Nuno Coelho e o jogo mexeu, já no tradicional 4x4x2, que vai marcar a estação. O Nice, 15º classificado da última edição da Liga francesa, tinha, até então, o treino que queria. Em vantagem, sem ninguém a chatear, controlava a intensidade da circulação de bola e via o calor como aliado nas incipientes tentativas de pressão leoninas. Salomão colocou agressividade, vontade, técnica e arrojo - não teve o medo de outros para os duelos individuais.

Os minutos passaram, as principais figuras entraram em acção, o jogo ofensivo fluiu, ainda que os processos colectivos se mostrassem frágeis - a escassez de médios fez subir os centrais, Nuno Coelho e Carriço. Valeram Evaldo e João Pereira que, quais extremos, deram a largura e profundidade aos flancos. Valeu ainda a estreia do reforço Jaime Valdés que, ainda sem ritmo nem entrosamento, teve oportunidade de mostrar os primeiros... pormenores.

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